“Sempre é assim. A saudade nunca
chega quando estamos perto da família, do namorado, dos amigos.
A saudade nunca
chega na infância, naquela música antiga ou naquela época do primeiro amor.
A saudade é um sentimento inimigo
dos enamorados, dos amigos, dos apaixonados, dos vividos... Ela chega quando
aquele namoro terminou, quando a infância passou, quando aquela música não toca
mais na rádio.
Saudade é aquele sentimento do
momento não vivido, do beijo não dado, do abraço negado... Daquele perfume,
daquelas briguinhas, daquelas gargalhadas.
Saudade é a palavra vazia, o
silêncio calado, a dor consentida.
Saudade é um sentimento sentido
sem querer, sem perceber já somos tomados por ele. Saudade mata as pessoas,
fere a alma, machuca o coração;
Mas a saudade, além de nos causar
e mostrar a dor da perda, ela nos mostra o quanto aquilo nos faz falta.
A saudade é confusa, complicada,
dolorida. Certa e incerta. Cheia de caminhos contrários aos do amor. Ás vezes
dói tanto que parece querer matar, mas ás vezes nos causa sensações tão boas
que nos fazem chorar.
A saudade leva e traz esperanças,
amores, intrigas e rancores. Nos mostra que devemos dar valor enquanto temos.
Mostra-nos a vida de um ângulo
diferente, oculto.
A saudade faz parte de um
romance, de uma amizade...
Mas faz parte da vida.
Sem ela, a vida não teria a
mínima graça.”
Mayara Freire